sexta-feira, 24 de junho de 2016

Confira as principais reviews traduzidas de QOTS em sua estreia


Queen of the South teve sua estreia nos EUA e a recepção do público e da critica foi de média a boa. Reuni em um post as principais reviews da série. Algumas delas contem spoilers, ok? Cortei uma parte, mas algumas coisas simplesmente aparecem. Estou enfatizando as partes das críticas que citam mais diretamente a Alice, em especial, e nisso a série foi unânime: não li uma crítica que tenha duvidado da capacidade da Alice de protagonizar a série. Resumo: nossa Queen B arrasou!

NY TIMES -

Review: 'Queen of the South' escorre violência e excesso
Por Mike Hale

A ala em inglês da televisão norte-americana tem um pequeno, mas constante apetite por adaptações de telenovelas. "Ugly Betty", "Devious Maids" e "Jane: The Virgin", baseadas em versões originais da Colômbia, México e da Venezuela, duraram várias temporadas nos Estados Unidos.
Estes shows, apesar da abundância de torções melodramáticas são, essencialmente, cômicas. Esse pode ser o segredo do seu sucesso – os plots seguidos e as emoções acima da média dos originais, traduzem-se facilmente para o estilo auto referencial de comédia que domina a TV americana.
Mas a maioria das telenovelas não é só risos, e adaptar uma novela mais séria de língua espanhola é um desafio diferente - não é um análogo tão claro ao drama da TV americana, que se tornou um lugar bastante sério.
Você pode ver a tensão constante rolando no primeiro episódio (o único disponibilizado aos críticos com antecedência) de "Queen of the South", a nova série do USA adaptada da novela de grande sucesso "La Reina del Sur." As pilhas de cocaína, as explosões, as perseguições de carros, os tiros nas cabeças, tudo diz "drama sombrio". Mas, então, o que devemos fazer com a cena em que a heroína de tráfico de drogas é ministrada por seu próprio futuro elegantemente vestida - ao ser estuprada por um bandido do cartel? "Um momento como este, define o seu futuro", a sua aparição de salto alto stiletto diz a ela. Esse tipo de coisa não acontece em "Narcos".

O piloto de "Queen Of The South", cuja primeira temporada de 13 episódios começa na quinta-feira, fraqueja entre ação violenta direta e excesso melodramático, e não faz um trabalho muito interessante ou emocionante com qualquer um. O showrunner, Scott Rosenbaum, tem uma base que parece apropriada - ele trabalhou como produtor, tanto nos lados, angustiante ("The Shield") e cômico ("Chuck") do gênero crime/drama - por isso, talvez o show vai encontrar o seu espaço conforme avance.
Entretanto, ele precisa simplesmente ficar melhor. A história de Teresa Mendoza (Alice Braga), uma negociante de baixo nível que, através de coragem, tragédia e coincidência selvagem, sobe para gerir "o maior império de drogas no Hemisfério Ocidental" - suas palavras - é contada e filmada em uma forma tênue e rotineira.

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Srta. Braga, a atriz brasileira (e sobrinha de Sonia Braga), que estrelou ao lado de Will Smith em "I Am Legend", é perfeitamente adequada como Teresa, uma personagem até agora distinguida por pouco além de sua indestrutibilidade. Justina Machado de "Six Feet Under" interpreta a melhor amiga inconstante, e a atriz mexicana Verónica Falcón é a esposa do líder do cartel que leva Teresa sob sua asa. É incomum e refrescante três personagens principais de um drama de crime serem mulheres, apesar de que "Queen of the South" pode ser um caso de atrizes que precisam ter cuidado com o que deseja.

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VARIETY
Por: Sonia Saraiya

Exposição e explosões dominam o piloto do drama de ação do canal USA "Queen of the South", estrelado por Alice Braga (sobrinha de Sônia) como uma traficante feminina em um mundo machista e violento. A mistura de enredo e pirotecnia não é incomum; afinal, o show tem apenas uma hora para impulsionar sua heroína em sua narrativa, e está determinado a fazer isso a todo custo. Além disso, a rede disponibilizou apenas o piloto para os críticos, o que nunca é uma maneira inteiramente justa de julgar um novo show. Aqui, é tempo suficiente para Braga ("Eu Sou a Lenda", "Cidade de Deus"), como Teresa Mendoza, se transformar de uma jovem ninguém abandonada como um cabelo rafaelita em uma "narca": primeiro por associação com o amante das drogas (Jon Ecker), e depois por puro impulso depois de sua morte. 

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O piloto conta o final primeiro. No auge de seu poder, a Teresa bem-sucedida e glamourosa, tão bonita como uma lâmina de faca, é assassinada pela janela de sua suntuosa casa. Como seu corpo lentamente sangra cercado por cocaína, ela começa a contar sua história, em narração, de como ela veio a ser uma narcotraficante, começando com seu romance fatal com Guero (Ecker), um texano que quer amá-la. A química entre Ecker e Braga nunca se aproxima ao que Teresa descreve: um sentimento "como heroína." Mas isso é bom - Para o show, pelo menos - porque Guero não dura muito neste mundo. (Dica: Quando a protagonista diz em voz off que "Era bom demais para durar" realmente era.) 

A metamorfose lenta de Teresa de menina pobre de rua à poderosa chefe do tráfico é sangrenta e dolorosa. Ao mesmo tempo, é isso que faz o show grudento; grande parte do apelo de "Queen of the South" é a emoção romântica de ver o mundo de armas de fogo e sangue dirigida por uma fashionista impecavelmente vestida com stilettos de ouro, óculos de sol glamoroso, e um blazer branco, colocados juntos tão cuidadosamente no que podia ser uma Barbie traficante. Esta transferência de poder é sinalizada em uma cena de estupro depois da morte de Guero, quando a jovem Teresa é atacada por dois homens com quem ela já teve um desentendimento. A forma como ela consegue sobreviver não é apenas surpreendentemente satisfatória, como beira o brilhantismo. 

Ainda assim, o piloto não é exatamente profundo. "Queen of the South" está mais interessado em ser tórrido e ostensivo do que em oferecer a ginástica narrativa de um "Mr. Robot "ou a verossimilhança tirada das manchetes de "Narcos". Em vez disso, ganhar no jogo de narcóticos parece ser suficiente tanto para o show quanto para sua heroína. Mas Braga é fascinante como Teresa - crível e empática de uma forma que o resto do elenco não é ainda. O piloto evita a complexidade de algumas cenas extremamente chatas que parecem ser incluídas para criar tramas futuras - há alguma tagarelice sobre uma corrida governamental, usada como moeda de troca entre um casal do narcotráfico, interpretados por Veronica Falcón e Joaquim de Almeida. Embora os dois atores irradiam presença, é difícil justificar o seu apelo quando o espectador está apenas esperando Braga reaparecer. 

O show se desvia significativamente do seu material de origem - empréstimos na maior parte para a mise-en-scene do personagem de Teresa, e para seus próprios fins. Na novela, por exemplo, Teresa foge para a Espanha após a morte de seu amante das drogas. No piloto, ela acaba em um local decididamente menos romântico: Dallas. Apesar de que seria fascinante ver a Teresa de Braga navegar em uma prisão espanhola, a decisão do show de ir ao Texas indica uma vontade de se envolver com algumas questões políticas mais espinhosas em torno da fronteira mexicana-americana. Esperemos que ninguém vá sugerir a construção de um muro.


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EW:
Por: Ariana Bacle
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Esse show não será o Mr. Robot deste verão, seu irmão de rede do canal USA e hit revelação do ano passado. Não há nada que o diferencia de, bem, da maioria dos shows, e qualquer tentativa de romper com a estrutura do drama típico parece forçado e desnecessário. Visões casuais de Teresa do seu futuro parecem servir de distração nas cenas tensas em que aparecem, e a narração melodramática tem um efeito similar. Mas é divertido ver Braga conduzindo Teresa, um personagem lutando para permanecer vivo em um mundo conduzido por armadilhas, e o primeiro episódio está cheio de emoções legítimas que adequadamente transmitem o quão caótico – e mortal – é juntar-se a um cartel.

O que eles escolherem  fazer com o personagem de Braga, no entanto, é o que irá determinar se Queen of the south se tornará a rainha dos dramas de drogas. Por enquanto, a série age como se fazer de seu chefão uma mulher seja inovador o suficiente para compensar o seu uso pesado de cansativas reviravoltas. Não é. Assistir Teresa escapar várias vezes da morte é emocionante, mas não é um substituto para a profundidade da personagem, e definitivamente não é uma desculpa para ser preguiçoso quando se trata de outros elementos da série. O que "The Queen" precisa decidir é se ela quer contar a história da origem complicada de uma traficante, indo para o lado ruim, ou se a série é um thriller raso, mas divertido. Agora, o show está tentando ser ambos, e, como o primeiro episódio mostrou, andar em cima da linha pode ser um bilhete só de ida para a ruína - basta perguntar ao Güero. 

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Vanity Fair:
A Insana, inacreditável, e totalmente verdadeira história por trás do drama de drogas Queen of the South no USA.
Por: Laura Bradley

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E por sua vez, a brasileira protagonista da série Alice Braga foi mais do que feliz em colocar no trabalho de sua personagem, e na história como um todo, um anel de verdade. Isso pode ser porque o autor do livro amou essa adaptação, de acordo com Friendly (David Friendly, Produtor executivo da série). Durante todo o piloto, Braga é magnética e confiante - uma líder convincente na narco esfera. Esse entusiasmo e energia está presente tanto dentro como fora do set; a atriz estava em constante comunicação com os diretores e roteiristas para garantir que tudo sobre sua personagem, de seus comportamentos a seu sotaque, soasse verdadeiro. "Ela literalmente carregava uma cópia rasgada do livro com ela todos os dias da filmagem", disse Friendly. "Estamos falando de meses aqui. E ela tem as passagens sublinhadas".

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Los Angeles Times

Review 'Queen of the South' prova que o crime pode ser um empregador com oportunidades iguais

Por: Mary McNamara

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A estreia é um passeio selvagem de explosões, escapes loucos e mudanças de cenário. Uma breve e inicial cena em que um narcotraficante estabelecido (o sempre excelente Joaquim de Almeida) descobre que sua esposa (Veronica Falcon) não está disposta a seguir seus planos e executar um prefeito anuncia temas maiores, mas para a maior parte, o sucesso da série se baseia quase inteiramente na revelação de seu personagem principal.
Felizmente, Braga parece ser tudo o que o canal USA poderia ter esperado, e muito mais.
Esta não é apenas uma rainha ficcional dos “narcos”; Teresa Mendoza é a líder mais nova e altamente classificada de um grupo muito mais poderoso e subversivo: A anti-heroína do sexo feminino.

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*Clique nos links para conferir as matérias originais em inglês.

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