sexta-feira, 29 de julho de 2016

Crítica: Minha modéstia opinião "Lirio de Los Valles" 1x04 + Queen of the South 1x05 Promo Un Alma Un Mapa Dos Futuros HD


Lirio de los valles é – segundo QOTS – uma flor muito rara que cresce em locais poucos propícios. A comparação com a ascenção de Teresa Mendonza (Alice Braga) no tráfico é, então, traçada na série que, aliás, tem destacado bastante, a beleza natural da Alice colocando umas blusinhas cor de rosa e uns jeans pra deixar ela bem com cara de mocinha de novela mesmo...

Eis que nesse episódio Teresa é escalada para uma nova tarefa. Ganha umas blusinhas de cores mais neutras. Dessa vez, ela é incumbida para levar uma leva de drogas até uma casa, sem paradas. Paralelo a isso, Brenda (Justina Machado) e seu filho chegam na América. Simples assim.

Mas se fosse simples, não seria a vida de Teresa, certo? Não demora nem o tempo dela chegar no local indicado e Teresa já tá envolvida em uma mutreta nova. A intenção da “pequena” interrupção do negócio é, claramente, uma tentativa do roteiro de nos mostrar que Teresa é esperta e sabe lidar com os contratempos da vida, além de afirmar – se não a afinidade de Camila (Veronica Falcon) por ela, a utilidade que Teresa pode ter para a mama do tráfico.

Teresa consegue salvar o dia – ou parte dele, salvando Sandra e chamando James e c&a e nós aqui do outro lado da telinha somos informados que o coisa ruim a.k.a Don Epifanio (Joaquim de Almeida) já tá sabendo que sua ex(?)-wife tá em posse de Teresa. Tem uma cena bonitinha com uma criança no meio e logo depois, lá vai Teresa ser capturada e carregada feito saco de batata de novo...(dei um pulo na cadeira quando o Batman quebrou o vidro do carro)...


Mas o negócio entre Camila e Epifanio é briga de gato e rato mesmo e, nem bem Cesar/Batman captura Teresa, ele é capturado por um policial corrupto presente na folha de pagamento de Camila... e você nunca gostou tanto de um policial incorreto na sua vida, porque Teresa logo pode se encontrar com Brenda e o filho decorativo.


Paira a questão do que Camila vai fazer com Batman, e achei a jogada dela bem inteligente, embora, claramente agora a guerra está declarada e parece que não vai ficar pedra sobre pedra. O gesto de Camila me deixou com a impressão, de que pode parecer que não, mas ainda chegaremos a conclusão de que o inimigo do meu inimigo é meu amigo, sim. Apesar do Cesar ter ido lá contar tudo para o Epifanio a sementinha da intriga já tá ali plantada e como toda boa edição de BBB nos prova, nada mais perigoso e produtivo que uma boa intriga e uma panelinha bem feita. Por ora, aguardemos. 

Observações (im) pertinentes:

- Essa de fala espanhol, fala inglês, fala espanhol, fala, habla, speak... Tá me deixando confusa...

- O que será de Brenda na América? E quando aquele menino dela vai fazer outra coisa além de reclamar? Retiro o que disse. Provavelmente ele ainda vai se meter em algum problema: é bem a cara desses meninos ser sequestrado pelo cara mal perto da season finale.

- Isabela faz parte da linhagem de filhos decorativos também?

Promo do próximo episódio a ser exibido aqui:


quarta-feira, 27 de julho de 2016

Crítica: Entre idas e vindas




Na minha modéstia opinião: Entre idas e vindas (2016)  




Entre idas e vindas é um road movie, ou seja, é um filme de estrada. Em alguns desses casos, a história dos personagens, nem importa muito para o filme: se trata basicamente da captação de belas imagens das paisagens e daquele take esperto nas longas estradas da vida... esse – felizmente – não é o caso de "Entre idas e vindas", que não é filme sem pé nem cabeça, e tem um começo, um meio e um fim, bastante definidos. Apesar disso, ou por conta disso, é meio difícil falar sobre o núcleo e a história principal do filme. Então não farei uma crítica, como eu costumo fazer aqui, do modo  mais tradicional; vou apresentar os pontos positivos e negativos do filme e deixo você livre para julgar se concorda, discorda, se tem interesse de assistir. Vamos começar pelos pontos positivos, então:






- A trilha sonora espetacular: músicas nacionais de qualidade, simpáticas, conhecidas e desconhecidas, comerciais e poéticas, a cereja do bolo é a participação no final de “Moveis coloniais do Acaju” (se você não conhece, se faça um favor e conheça!).


- Elenco afinado: a dinâmica do elenco é maravilhosa, e as meninas tem o tipo de química de gente que trabalha junto, tem seus desentendimentos e diferenças, mas no fim do dia tem uma amizade que é pau pra toda obra. O destaque, do filme, entretanto, como todas as críticas destacaram, é todo do João Assunção, mesmo, que no alto dos seus doze/treze anos já tem mais charme e carisma do que eu jamais terei em toda minha mísera existência...

- Paisagens maravilhosas: ver o interior do Brasil, filmado com tanto carinho é realmente um presente e um bônus extra que você pode ganhar assistindo ao filme.



                                                                                   *





Sobre a personagem da Alice – é bem diferente das coisas que ela faz; na divulgação muito se falou sobre a Sandra ser mais cômica e a personagem da Ingrid (Guimarães) mais dramática, mas eu achei a história da Sandra bem deprê... ser traída pelo noivo, nas vésperas do casamento, por algum acaso é uma carga engraçada de se carregar? Por ser diferente das coisas que ela costuma fazer (que tem quase sempre tiro, explosões e tal), eu esperava que a personagem soasse mais próxima da Alice que vemos nas redes sociais e nas entrevistas, mas me enganei. O que foi uma coisa boa. Alice interpreta uma atendente de telemarketing, que toma umas e outras – e mais várias – e totalmente, me convence no papel. O que comprova que eu realmente tenho um blog para uma das maiores atrizes de sua geração... i’m so sorry...



                                                                                 *



Agora vamos aos pontos negativos:

- A escolha da atriz principal – a Ingrid – foi um tiro no pé. Ela é uma boa atriz, e tem carisma para dar, vender e anunciar na OLX, mas a presença dela corta totalmente o tom do filme. É difícil ver suas cenas e não esperar a comédia rasgada a qual estamos acostumados. Li nas entrevistas que ela está tentando fazer a transição dos papéis de comédia para outros estilos, mas Jim Carrey e Will Smith me ensinaram uma coisa: se você é um comediante e quer fazer outro tipo de filme, vá direto para o drama, mas o drama mesmo, o drama de cortar os pulsos... o meio termo é terrivelmente perigoso. O que nos leva ao outro ponto negativo do filme.

- A falta de tom do filme foi uma comum em todas as reviews do filme e realmente, não dá pra passar despercebido... você assiste com um sorriso no rosto, uma sensação boa, agradável, mas parece que tá faltando aquela coisa, falta uma profundidade,  nem ao menos podemos classificar a história como sendo agridoce, porque o filme não consegue ser azedo ou divertido o bastante, para tal.

Também achei meio drama em cima de nada - a história toda da mãe do menino, mas vai ver o problema sou eu, que sou meio objetiva na vida, mesmo. Claro que a situação não era um mar de rosas, mas porque não contar as coisas para o menino, gente? Ele era o mais emocionalmente estável daqueles seis dentro do motorhome. E no fim, intuitivamente, ele sabia de muito mais coisa da situação do que a maioria das pessoas ali...

Entre idas e vindas termina sendo, portanto, simpático e sincero, mas assim como sua mensagem principal prega, precisa seriamente amadurecer e encontrar seu próprio caminho.



É um filme ideal para ir assistir com amigos, no fim de semana, eu, por exemplo, assisti ao filme em um sessão de sábado a tarde, infelizmente havia poucas pessoas o que realmente indica que não estamos prontos para lançar em grandes salas produtos nacionais que sejam nada além de comédias rasgadas com Leandro Hassum e Fábio Porchat no elenco... Apesar disso a presença do filme no Top 10 dos mais assistidos do fim de semana. Deixa aquela esperança...

Bilheterias e audiência

Olá, pessoal.
Estou trazendo abaixo a bilheteria desse fim de semana no Brasil, com destaque para o 8º lugar de "Entre Idas e Vindas", entre os filmes mais assistidos no país:

 http://www.adorocinema.com/filmes/bilheterias/
                                         Clique na imagem para conferir no site Adoro Cinema

        Queen of the South TV show on USA Network (cancel or renew for season 2?)
E ainda o complexo sistema de audiência dos EUA, com os números atuais dos cinco episódios de Queen of the South que já foram ao ar no país. Confere:
        
                                       

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Na minha modéstia opinião "Estratégia de entrada" + Queen of the South 1x04 Promo "Lirio De Los Valles" (HD)

Na minha modéstia opinião "Estratégia de entrada"
                    
Parece que os roteiristas e o diretor desse terceiro episódio leram minha critica anterior e concertaram praticamente tudo o que me incomodou no segundo capítulo! Brincadeiras a parte, “Estratégia de entrada” cumpriu a missão da série de mostrar o caminho percorrido por uma jovem para se tornar chefona do narcotráfico: podemos ver pela primeira vez Teresa (Alice) utilizando de seus conhecimentos para ascender na hierarquia do tráfico e ainda mostrando lealdade ao grupo que, no momento, é o local “menos pior” para ela estar.

Mas, antes disso, voltemos um pouco no capítulo. No episódio anterior Camila (Veronica Falcon)tinha sacado a importância que Teresa (ou, como sabemos, o caderno de Guero) tem para Don Epifanio (Joaquim Almeida) – que, aliás, não deu as caras nesse episódio. Podemos ver a sacada de Camila ao esconder Teresa no lugar mais obvio de todos: bem embaixo do nariz do Epifanio, e ainda, começamos ver os outros lados da – atual – rainha do sul (Camila) que é uma mãe sofrendo pela impossibilidade de criar sua filha e gerir os “negócios”, dilema feminino super atual, né? (desconsideremos a parte do narco, por um instante).

Aliás, preciso dividir com vocês o insight que eu tive sobre a figura da rainha Teresa que aparece para a ainda iniciante e sofredora “Teresita”.
Pensemos juntos: a série é toda sobre pussy power, né? Das tres personagens femininas de destaque(Teresa, Camila e Brenda) só falta, ainda, a Brenda (Justina Machado) mostrar ao que veio – e algo [o twitter] me diz que isso não vai demorar a acontecer. A cena do “crazy green place” [não como foi traduzido para o português] se referir a uma cor de esmalte, para mim, deu esse estalo: que traficante de drogas iria sacar isso, além de duas mulheres? Como diria o Wesley “palmas pra você”, roteiristas de QOTS!

E foi aí que eu cheguei a conclusão de que a rainha, na minha modéstia opinião, nada mais é do que a intuição feminina de Teresa! Ela é a rainha do sul que já existe dentro daquela garota esperta e toda trabalhada nos problemas, capaz de sobreviver as mais dificis arguras (eu ainda não superei os 23 pacotes no estomâgo, gente). 
 
A força feminina está presente em todos os aspectos do roteiro/ história: prestem atenção na paleta de cores vermelha que segue a Camila, por exemplo – de detalhes nas roupas, até a iluminação de determinadas cenas onde ela aparece naquele bar/boate/bordel. O vermelho é uma cor quente que remete a força e ao poder. Mas também está culturalmente associado a elementos do universo “feminino” como o desejo e a paixão. Ahn... interessante, hein... E a cor predominante da Queen será o branco [Carminha, de Avenida Brasil, feelings...] o que me diz que Teresa será uma rainha bem diferente da sua atual chefe.

Enfim, tudo funciona e se encaixa nesse episódio: eu até conseguir sentir simpatia por Brenda correndo com seus chinelinhos e o seu filho decorativo, embora toda a minha simpatia foi por água abaixo quando ela ligou para Teresa pra reclamar do modo como ela estava entrando nos EUA - aliás falaremos mais dessa que foi a cena mais f*d@ da série daqui a pouco.

Tem ainda, o fato de que paira o mistério sobre a atitude do James (Peter Gadiot). Ele está dando aqueles avisos para Teresa porque não confia em Camila, e por que quer realmente ajudar Teresa, ou, ele está seguindo as ordens de Camila e sacou que essa é a melhor forma de conquistar a confiança de Terê? Na cheguei a nenhuma conclusão ainda, mas talvez seja porque eu fico meio distraida com o charme do Peter Gadiot. Shame on me...
                
Até a conversa que a Camila tem com o advogado escroque tomou outro ritmo – embora o close errado na cruzada de pernas foi totalmente desnecessária – mas QOTS finalmente aprofundou seu roteiro para algo mais que uma jovem pobre correndo para salvar sua vida. Quer uma prova disso? Voltamos para a cena final onde Brenda pergunta a Teresa se a América é tão ruim quanto dizem (só essa pergunta já é f*d@, em uma série que constantemente cita o sonho americano!) e aí Teresa olha para o ratinho cherando o amigo morto, olha pra situação podre em que ela se encontra e diz entre lágrimas pra Brenda que não, que ela vai adorar os EUA... e aí eu fiquei assim... Sem saber o que falar só o que sentir...
Observações (im) pertinentes:

- Pra que contratar uma atriz adulta pra fazer o papel de uma adolescente de catorze anos (Isabela)?    

- Don Epifanio que se cuide por que o episódio mais esperto da série nao contou com ele...

- As cenas de flashback com Guero estão realmente funcionando como forma de demonstrar o amor entre ele e Teresa.
 
E confira o promo do próximo episódio:
 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Títulos dos próximos episódios de Queen Of The South

Confira títulos e pequenas sinopses dos próximos episódios de QOTS, até o episódio 10 - Naturalmente contem spoilers!
 
4. Lírio de Los vales
A primeira entrega solo de Teresa não saem como o esperado; e Brenda e Tony fogem para Dallas.
 
5. Un alma. Un mapa. Dos futuros.
Teresa avança  em seus planos depois de testemunhar um incidente horrível; e Brenda, que está segura em Dallas, começa a montar uma equipe para ajuda-la na venda de drogas.
 
6. El Engaño Como La Regla
Camila, em dívida e com pouca provisão de drogas, contempla desistir de Teresa; e "o negócio" de drogas de Brenda causa problemas entre ela e Tony.

7. El Hombre Pájaro
Camila envia Teresa em uma missão perigosa; e Brenda, enfrentando uma escassez de abastecimento, coloca sua equipe na linha de fogo.
 
8. Billete De Magia
Camila tenta um assalto arriscado; e Teresa é forçada a tomar uma decisão que muda vidas, enquanto está disfarçada.
 
9. Coge Todo Lo Que Puede Llevar
Teresa tenta salvar uma testemunha de um assalto; e uma Camila confiante jura que ela está de volta no negócio ao lado de Epifanio.

10 Esta 'Cosa' Que Es Nuestra
Camila retorna para o México, a fim de proteger a si mesma; James caça Teresa; e Teresa enfrenta o perigo, enquanto leva Maria ao túnel para o México.

Hoje, tem novos episódios, no Brasil e nos EUA, teremos 'Estratégia de Entrada' no Space e 'Un Alma. Un mapa. Dos futuros' nos USA Network.

Entre Idas e Vindas | Entrevista - Ingrid Guimarães e Alice Braga

Já está no cinema, hoje oficialmente, Entre Idas e Vindas, o novo filme nacional com Alice:

Confira abaixo uma nova entrevista do elenco:



Vou assistir só no sábado :( mas assim que puder posto minha modéstia opinião sobre o filme aqui no blog ;)

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Como anda a audiência de QOTS?

Como anda a audiência de QOTS?
 
Eis uma questão, a qual, tenho procurado respostas. Tenho tentado compreender esse maldito sistema de contas da audiência americana, mas tô como o Caetano: pra mim tá tudo certo como dois e dois são cinco...
 
Enfim, o que descobri até agora, é que na segunda e terceira semana a série teve uma queda de audiência, mas na terceira semana a queda foi menor. Caso alguém queira se arriscar a interpretar o site Série Maníacos publica o gráfico da audiência. Clique aqui para conferir.
 
Um dado importante a se considerar foi a baixa audiência de Mr. Robot, queridinha do canal, que deve ser renovada independente da audiência (devido a atenção da crítica), se QOTS tiver números maiores que a série fica por tabela :)
 
Por falar na série e no série maníacos. Confira abaixo um trecho da matéria que o site fez com a Alice:
 
(...)
 
Instagram media seriemaniacosbr - Batemos um papo muito legal com a Alice Braga sobre sua nova série, Queen of The South. Chega ao Brasil dia 7 de julho, às 22h30 pelo @spacebrasil.Inspirada no best-seller internacional “La Reina Del Sur”, de Arturo Pérez-Reverte, Queen of the South conta a  história de Teresa Mendoza (Braga), uma mulher forçada a fugir e procurar refúgio nos Estados Unidos depois que seu namorado traficante de drogas é assassinado de forma inesperada no México. No processo, ela se une com uma improvável figura de seu passado para derrubar o líder da quadrilha de tráfico de drogas que a persegue.
 

Muito descontraída e empolgada por estar divulgando a série no Brasil, Alice conta que sua jornada para se tornar A Rainha do Sul, começou há mais oito anos, quando por indicação de uma amiga ela leu “La Reina Del Sur” e ficou simplesmente maravilhada. Durante todo esse tempo, um filme baseado no livro chegou perto de acontecer, com ela e Eva Mendes entre as atrizes mais cotadas como protagonistas, porém, o projeto não saiu do papel e mais tarde o canal Telemundo lançou a novela baseada no livro, que acabou se tornou a novela mais popular da história da TV mundial. Agora, que Alice será a nova Teresa, ela conta que o grande atrativo de ter aceitado estrelar Queen of the South, foi mais pela personagem em si.

                             
                         "Eu topei participar da série por conta da personagem mesmo, a Teresa. E eu acho que ela faz parte de uma discussão muito atual sobre o protagonismo feminino. Ter uma personagem forte para uma mulher interpretar".
 

 Além disso, outro ponto importante para ela ter abraçado a ideia, é o fato de a série não ser uma glamourização das drogas e sim uma jornada cheia de consequências e reviravoltas incríveis sobre uma pessoa que se vê obrigada a fazer o que for preciso para sobreviver.
Alice também não esconde a empolgação de ter participado de grandes sequências de ação durante as filmagens da série, ainda mais por já ter costume nesse tipo de ambiente com grande produções hollywoodianas, como Eu Sou a Lenda e Elysium. Ela conta que tinha três dublês, mas que fazia questão de participar de todas as cenas possíveis e fala sobre a importância de uma mulher ser a protagonista de uma história, que na maioria das vezes teria um homem com personagem principal.

                            "Por isso eu fiquei muito feliz quando soube que a série iria passar no Brasil em um canal de ação, que geralmente tem destaque para os homens. Ser a primeira mulher protagonista do Space para mim é uma grande honra".
 
 
Um dado importante dessa entrevista é que Alice diz ter assinado para CINCO temporadas! O que quer dizer que se a audiência se manter/crescer QOTS terá pelo menos cinco seasons.
No Insta da série, eles anunciaram que em breve devem sortear um livro da série, autografado pela Queen (tem cartinha e tudo). Fica de olho lá é fica ligado! Clique na foto para ir para a página.
Instagram media seriemaniacosbr - Eita, olha o que chegou aqui... Uma cartinha da própria Teresa Mendonza lembrando que hoje estreia Queen of The South, às 22h30 no @spacebr. Ah sim, o livro é brinde pra vocês. Fique por perto 😉. #arainhadosul #queenofthesouth
 
Fonte: Série Maníacos
 
Em uma outra entrevista recente no Brasil, Alice dá a entender que os produtores já renovaram a série ( mas falta o anúncio oficial, ok?). Você confere a entrevista completa, onde Alice fala sobre ser mãe, comparações com Sonia Braga, no link no final desse post.
 
    “Não tenho vergonha de pedir emprego”, diz Alice Braga
Estrela de A rainha do sul, a atriz fará nova temporada da série americana e, depois, quer ter filhos: “Minha mãe está me pressionando”
Alice Braga: " (Foto: Marcelo Moscardi.)
 
Fonte: Época

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Queen of the South 1x03 Promo "Estrategia De Entrada" (HD)

                                                   QOTS 1 x 02 “cuarenta minutos” 


Então. Por onde começar? O segundo episódio de QOTS parece almejar dar maior visibilidade a Camila Vargas (Veronica Falcon), afinal no momento que a série se inicia, ela é a Rainha do tráfico. Vemos então Camila na 'quinceañera' de uma garota (ainda bem que esse negócio de festa de quinze anos anda cada vez mais em extinção, aqui no Brasil, por que ê festinha brega!), ficamos sabendo, então, que ela tem uma filha, depois vemos ela negociando, ela passando a perna no marido, e etc.

Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem e tra la lá, me parece que Veronica Falcon é uma atriz competente, mas tem alguma coisa naquilo tudo que não me convence, eu ainda não sei bem o que é, mas vou descobrir (e direi em alguma crítica futura). Na cena dela no escritório de advocacia senti uma falta de sintonia entre Camila e o advogado/escroque. Era pra ser uma daquelas cenas de cobra comendo cobra, mas os diálogos foram fraquinhos (a vida é doce, mas é azeda... oi?)... a interpretação pendeu entre a novela mexicana e um telefilme bobo, e tudo ficou muito... nah... não gostei de nada daquilo.
Pro lado da nossa protagonista a vida anda de mal a pior. A primeira pessoa a ser boazinha com ela (boa até de mais, a Queen já estava pra dar um soco naquela Aveline) morre antes de chegar a segunda página do roteiro. Resultado: Teresa prova sua capacidade de mutreta ao se submeter a uma tarefa do tráfico e se mostra mais útil para Camila sendo uma “mula” do que “a namorada de muitas pessoas” parafraseando a série...
A necessidade da série de ser violenta ainda soa fora do ponto pra mim. Sei que era para morte e dissecação de Aveline ser chocante, mas a única morte que lamentei mesmo nesse episódio foi a do motorista/entregador Oscar (RIP Oscar), tadinho. Por falar nisso, Brenda (Justina Machado) continua lá em Sinaloa, sem noção de nada: era para ela ser o alivio cômico da série, mas ela só tá servindo de peso morto... já me bateu uma antipatia dela.

Só quando Teresa serve de mula é que o episódio começa a encontrar seu ritmo. O que é compreensível. Depois de um piloto resumido pelo tiro, porrada e bomba não dava pra manter o mesmo speed por que não ia sobrar Alice para o resto da temporada, né? Tinha tido uma cena de fuga, antes, mas que todo mundo sabia que não ia dar em nada e aí entra em cena James (Peter Gadiot) que até agora, na minha modéstia opinião, foi quem mais entrou no personagem junto com a Alice. A química entre os dois é praticamente palpável e percebe-se que vai sair muito caroço desse angu.
                       
Tirando a falta de necessidade daquela cena da batida  de carro (hello roteiristas, acidente de carro em um país onde as autoridades trabalham atrai polícia!), o resto foi todo muito bem boladinho pra primeira missão de Teresa como mula de (ughhh....) 23 pacotes de droga... Tudo isso, basicamente, serve como indicativo, para que Camila possa perceber o valor de Teresa e descubra que ela tem muita utilidade, então espero que a partir de agora já podemos pular pra Teresa maquinando altas tretas dentro da instituição por que esse negócio de ficar deitada olhando pro teto não tá com nada, Queen.

No mais, é bom destacar que segundos episódios são sempre complicados: é necessário equilibrar entre se manter na história original e aprofundar personagens que precisem ser aprofundados. Se eu fosse dar uma nota para como QOTS se saiu diria que passou na média, adicionaria, entretanto, de que média nos salva da recuperação, mas não evita cancelamento! 
                           

E a Promo do 3º capítulo:


Alice Novos/antigos vídeos

To postando alguns vídeos liberados na net nas últimas semanas com a Alice. Abaixo você vê uma mensagem que Alice gravou para o Greenpeace:

E aqui, novas/antigas entrevistas da Alice durante a divulgação de Queen Of The South.


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Atrizes de Entre idas e vindas fala sobre filme durante pré-estreia em Salvador

Enquanto passou por Salvador - minha terra! - Alice deu algumas entrevistas. Uma das quais eu tive que fotografar porque imaginei (acertadamente) que não ia ficar disponível na internet. Confira as fotos tiradas por mim e clicando nas imagens vocês podem assistir a pequena entrevista direto do site da Globo.
http://glo.bo/29GXnwN

http://glo.bo/29GXnwN

http://glo.bo/29GXnwN

http://glo.bo/29GXnwN

E entrevistas divulgadas até agora no Youtube, concedidas durante a pré-estreia que rolou no Cinepólis do Bela Vista:

                    


E uma foto para um dos maiores jornais locais:
Foto: Arisson Marinho/Correio
Ingrid também compartilhou em seu insta:
Instagram media ingridguimaraesoficial - Noite linda em Salvador. Pré estreia @entreidasevindas  @alicebraga_oficial @vanessacardosoms
E essa foto da coletiva de imprensa em São Paulo:
Instagram media ingridguimaraesoficial - Dia de coletiva de @idasevindas . E aproveitando pra matar saudades dela @alicebraga_oficial . Dia 21 nos cinemas

Não custa lembrar que hoje tem episódio inédito de Queen Of The South nos EUA, e aqui no Space também!
E enquanto divulgava Entre Idas e vindas no Rio, Alice foi vista deixando uma festa de táxi acompanhada... hummm...
Alice Braga em rara aparição na noite carioca
Alice Braga e amigo na Lapa

Extra

Entre Idas e Vindas / Coletiva de Imprensa

Alice esteve a todo vapor divulgando "Entre idas e vindas" nos últimos dois dias. Confira por onde ela tem andado:

Primeiro fotos do elenco no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, no dia 12.






Na pré-estreia, a atriz Alice Braga ainda destacou os importantes assuntos que o longa aborda. E, diga-se de passagem, são fundamentais e essenciais para todos nós em tempos de cólera. “É um filme que fala muito sobre amor, carinho, perda e perdão e que pode tocar as pessoas em diferentes pontos dependendo do momento que ela esteja vivendo. Eu acho que é um trabalho muito humano”, declarou a atriz Alice Braga na pré-estreia do filme “Entre Idas e Vindas”.
Fonte: HeloisaTolipan

No Cinemark do Shopping Iguatemi, em São Paulo                  


E vários vídeos:

             
           

 
Convidados e elenco chegando na pré-estreia


Pedaço da entrevista de Alice:
                                          

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Critica: Na minha modéstia opinião e Promo "Cuarenta Minutos" QOTS 1x02 (HD)


Então, depois de assistir ao episódio piloto de Queen Of The South, resolvi escrever um breve resumo sobre a série, sem muitas análises, na verdade, apenas apresentando a minha modéstia opinião, mesmo. A ideia é fazer isso logo após um episódio novo, mas destaco que é a ideia. Está sempre sujeita a adiamentos por motivos de minha vida imprevisível.

Então. Queen Of The South começa pelo fim. Logo após a icônica frase: “Eu já fui pobre. E já fui rica. Rica é melhor”, vemos o triste fim (será o fim mesmo?) da nossa protagonista que é atingida por tiros. A série, então, recua no tempo, para a época em que Teresa Mendonza (Alice) é uma jovem explorada nas ruas de Sinaloa, no México, trabalhando como uma espécie de contrabandista de dólares. Um flerte rápido – e meio sem graça, diga-se de passagem – com Guero (Jon Ecker) e Teresa logo está demitida e apaixonada pelo aprendiz de traficante.

Na, coloquemos dessa forma, parte dois do episódio piloto da série, Terê (vixe, parece Velho Chico) se vê no meio dos negócios do tráfico, cercada por luxo e também por alguns problemas, no maior estilo novela mexicana de ser. Não demora muito, para Guero alertar Teresa de que os dois correm risco, e demora menos ainda para a notícia da morte do narcotraficante chegar, obrigando Teresa a fugir para [tentar] salvar sua vida. E a parte três, desse episódio, pode ser resumida da seguinte maneira poética: tiro, porrada e bomba.

A série tem seus problemas e, na minha modéstia opinião, o uso do inglês é mesmo o maior de todos eles, conforme tinham destacado algumas críticas. Eu entendo que uma série toda em espanhol, no horário nobre norte-americano das séries, era um tiro no pé inaceitável, mas por que cargas d’agua a primeira parte desse episódio não é em espanhol com cenas em inglês ao invés de ser inglês com pedaços de espanhol? Se o inglês fosse utilizado nas cenas de Don Epifanio (ele é um traficante com aspirações internacionais, afinal de contas) e depois das cenas no posto de gasolina (faria lógica em um local de fronteira, e depois dessa cena o espanhol poderia dar adiós a série) a coisa toda iria fluir de uma maneira beeem melhor.

Embora, QOTS seja muito comparada a Narcos e Breaking Bad, percebi muitas semelhanças com a sua irmã de canal “Mr. Robot”: ambas têm uma fotografia diferente e interessante, utilizam-se de recursos narrativos alternativos - enquanto Mr. Robot quebra a “quarta parede” falando com o telespectador, QOTS utiliza-se da própria rainha, como escape criativo, e uma espécie de incentivadora nos momentos mais sofridos da Teresa (e como sofre essa menina!), além disso, os dois são anti-heróis forçados por sistemas - cruéis - a contra atacarem.  

Por falar, em sofrimento e crueldade, o uso da violência é realmente forte, e soa meio excessivo, ás vezes, mas é o narcotráfico, afinal de contas, né? Na verdade, o que realmente me incomodou foi o uso das drogas, valeria o mesmo raciocínio de que uma série sobre uma chefe do tráfico deve explorar o uso dos tóxicos, mas em toda cena onde a cocaína aparece, soou para mim tão falso e artificial, como se fosse apenas a necessidade de introduzir a droga na história, tipo, na cena inicial, foi tão desnecessário ela ir lá e cheirar... parece o roteiro dizendo (dizendo, não. GRITANDO) “olha, como ela é bad. Como ela é durona. É a dona do negócio todo”.

A outra cena meio “desnecessária” foi a do estupro, não sei se é porque eu ando sensível ao assunto, considerando todas as barbáries que aconteceram na nossa sociedade ultimamente, mas achei que da forma como foi a cena foi feita, teria surtido o mesmo efeito, se o cara não tivesse chegado a “efetuar” o estupro, se ele tivesse sido atingido antes. Teria o mesmo efeito e seria menos degradante. Vi algumas pessoas da gringa, falando no Twitter sobre essa necessidade doentia de personagens femininas fortes, terem sempre uma cena de estupro. Não posso discordar.

No mais, quero deixar aqui registrado que não comprei a morte do Guero... uma série que usa de tantos recursos violentos ia desperdiçar a cena de uma morte tão importante? Acho estranho. Alguém que assistiu a novela, ou leu o livro, sabe se ele “volta dos mortos”? Tenho a impressão que, vivo ou morto, ele ainda vai criar muitos problemas para a Queen.

Sobre o personagem da Alice – o que mais pode-se dizer da atuação da Alice que já não tenha sido dito por todo mundo?! Ela não só é a personagem título da série. Ela é a série. Alice não deixa a gente duvidar nem por um segundo da sua força e, também, de sua vulnerabilidade. A cena do carro é de um desespero tão real que arrepia. Eis um aprendizado de vida, quando Queen B falar “Stop the car”, é pra realmente parar o carro! Além disso... como corre essa menina! (No twitter compararam ela com Tom Cruise. hahaha)

Caso você resolva dar uma chance para QOTS (e, por favor, se faça esse favor!) você vai descobrir junto comigo, o que raio tinha naquela caderno! [as novelas da globo me ensinaram a desacreditar de grandes mistérios, mas vai que...], aonde vai dar aquela picuinha dos dois chefões que são casados [prevejo altas tretas] e ver a Queen construindo, como ela mesma diz, “o maior império de drogas no Hemisfério Ocidental”.
Vamos ficar de olho, ao menos para comprovar aquela história de que o importante não é saber o que vai acontecer, mas como vai acontecer. Pelo episódio piloto, dá para saber que vai haver muito tiro, problemas e explosões f**as, no caminho da rainha [da américa] do sul.

E, logo abaixo, a promo do episódio 02 - 40 minutos:
                 

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Estreia de Queen Of The South no Brasil


Já está no ar A Rainha do Sul. Audiência para série de TV é ultra importante, viu pessoal?
Aproveite e confira uma nova entrevista da Alice para o site brasileiro Omelete clicando na imagem abaixo:


Não custa lembrar que hoje está indo ao ar o terceiro episódio da série nos EUA chamado "Entrada de Emergência".
Enquanto isso, Alice continua em sua visita ao rio Tapajós. Ela compartilhou essa foto no insta
Instagram media alicebraga_oficial - No Rio Tapajós com o Cacique munduruku Valto 
#salveotapajos 
At the Tapajós river with the Munduruku Chief Valto
#savetheamazon

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Alice em visita a tribo

Alice está no Brasil! Segundo a coluna do Bruno Astuto, na revista época, a atriz se encontrou com a tribo mundurucu. 
Ainda segundo a coluna, a visita ao local é um apoio ao protesto do Greenpeace contra a construção de cinco hidrelétricas no Rio Tapajós, no Pará, que pode exterminar tanto a tribo, quanto a fauna e flora locais, além do próprio rio. Importante destacar: Esse projeto ameaça barrar um dos últimos grandes rios a correr livremente no coração da Amazônia.
O encontro ainda gerou essa foto LINDA!
Alice Braga confraterniza com índios da tribo Munduruku no coração da Amazônia (Foto: Divulgação)

Fonte: Época

No Instagram ela compartilhou essas e outras fotos da visita:
Instagram media alicebraga_oficial - In Itaituba on my way to Sawre Muybu Indigenous Land of Munduruku
#savetheamazon 
Em Itaituba a caminho da terra indígena Sawre Muybu do povo Munduruku
#salveotapajos
Instagram media alicebraga_oficial - Cheguei! Aldeia Sawré Muybu
#salveotapajos 
Arrived! Sawré Muybu village. Tapajós River in the heart of the Brazilian Amazon
#savetheamazon

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Entrevista completa traduzida para Wagner Moura

Confira a entrevista completa que Alice concedeu a Wagner Moura para a ótima revista norte-americana Interview. As entrevistas para essa revista são enormes, então a culpa não é minha... A entrevista é muito amorzinho. Queen B fala sobre QOTS, curiosidades do set de Cidade Baixa e eles falam sobre como ela salvou Wagner Moura uma vez.

Queen of the South começa no final: Teresa Mendoza, uma queenpin preeminente da droga na América e protagonista da série, é atingida através de uma das enormes janelas de sua casa. "Eu sabia que esse dia chegaria", diz ela calmamente em uma narração. Baseado no romance do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, o novo drama do USA acompanha a jornada de Teresa, do México aos EUA, e sua evolução de uma jovem mulher vulnerável a uma criminosa poderosa. A atriz brasileira Alice Braga, que fez sua estreia no cinema aos 18 anos de idade, no indicado ao Oscar “Cidade de Deus”, estrela como Mendoza. Embora o show é predominantemente em inglês, Braga também é fluente em espanhol.
Enquanto a maioria dos falantes de inglês reconhecerá Braga por seu trabalho em filmes de ação de Hollywood, como “I Am Legend” e “Elysium”, as raízes de Braga mantem-se firmemente no Brasil. Ela é proprietária de uma empresa de produção, Los Bragas, em São Paulo, a cidade em que ela foi criada. Muitos dos membros de sua família estão na indústria do cinema e da televisão; sua tia e mãe são atrizes e sua irmã é uma produtora. Aqui, Braga fala com seu amigo de mais de uma década Wagner Moura que, coincidentemente, estrela como o real chefão de drogas, Pablo Escobar, em “Narcos” da Netflix.

WAGNER MOURA: Eu fiz o meu dever de casa em você. Eu costumava ser um jornalista anos antes de nos conhecermos, por isso me lembra do tempo que eu era um jornalista. Eu acho que nós nos conhecemos em 2003, certo?

ALICE BRAGA: Sim. Era 2003, porque eu tinha 20 anos, e eu fiz 21 anos com vocês no set.

MOURA: Você era apenas uma menina.

BRAGA: Eu era um bebê.

MOURA: Lembro-me claramente o primeiro dia em que te conheci. Você chegou para substituir uma atriz, então você tinha aí, 10 ou 15 dias antes de começar a filmar. Você apareceu e eu não sei como exatamente, era você e Lázaro [Ramos] e eu, mas acabamos indo para bares bem baixo nível, em Cachoeira. Você se lembra disto?

BRAGA: [Risos] Eu lembro.

MOURA: Nós estávamos bebendo cachaça e dançando. Quando falo de um bar de baixo nível no interior do Brasil, eu não sei se as pessoas têm uma compreensão exata do que isso significa.

BRAGA: É definitivamente muito barato...

MOURA: Um lugar muito barato. Muita diversão.

BRAGA: Eu me lembro disso. Tivemos cachaça e conhaque um dia, mas eu acho que foi no set.

MOURA: Muita bebida envolvida. [Risos]. Nós estávamos trabalhando com outra atriz, e nós estávamos como, "O que vai acontecer?" O diretor só decidiu que ele ia substituir a atriz, e você chegou. Quando fomos a todos os bares, eu me lembro de pensar: "Ela é tão legal." Cidade Baixa acabou sendo um filme muito importante para você – para todo nós, eu acho, mas especialmente para você, certo?

BRAGA: Sim, definitivamente. E obrigado por dizer que você pensou que eu era legal. [Risos]

MOURA: Sim, eu acho que você é.

BRAGA: [Ambos riem] Quando eu fiz “Cidade de Deus”, eu tinha 18 anos, e foi durante minhas férias de julho. É inverno para nós, por isso temos apenas um mês de folga. Quando eu estava no Rio em filmagem, eu vi vocês fazendo “A Máquina” [peça de João Falcão]. Eu vi você e Lázaro e Vladimir [Brichta] e Gustavo [Falcão]: você e Lázaro juntos. E eu amei a peça. Para mim, isso mudou minha perspectiva sobre a atuação e teatro. Eu tinha 18 anos e eu estava encantada; era tão incrível ver este grupo de atores fazendo o mesmo personagem e a direção que vocês tomaram. Eu me apaixonei completamente. Então eu terminei “Cidade de Deus” e eu voltei para São Paulo e terminei a escola e comecei a frequentar a universidade (...). Quando eu recebi a ligação para ir para Cachoeira para conhecer vocês, eu me lembro exatamente quando me disseram quem ia estar no filme. Lembro-me do sentimento de, "Oh meu Deus, estes são os caras que eu me apaixonei, que me inspiraram a decidir, 'Ok, vamos fazer isso.'" De repente, eu me encontrei com vocês, nesse quarto em cima de uma fábrica de tabaco. [Risos]

MOURA: Foi uma preparação intensa.

BRAGA: Foi! Foi tão intenso. É claro que a personagem era um grande desafio para mim, mas também a química entre nós três, encontrar isso e, em seguida, aprender com vocês e realmente começar a trabalhar em algo tão profundo como "Cidade Baixa". Eu aprendi com todos; eu aprendi com o professor de atuação que tivemos, eu aprendi muito com vocês. “Cidade de Deus”, para mim, foi uma mudança de vida, por muitas razões: foi meu primeiro filme e o filme foi reconhecido em todo o mundo e eu consegui o meu agente. Mas “Cidade Baixa” foi o filme mais importante para mim como atriz porque ele me deu uma perspectiva do que eu amo sobre isso, e como é incrível quando você coloca a sua alma e dar-se 100 por cento para o que você está fazendo. Eu sempre digo esta história para os jornalistas, porque eles sempre perguntam: "O que você lembra que foi muito importante para você e sua carreira?" Lembro-me de uma cena com você, estamos no quarto e você vem a mim e me pede para ficar com você, e eu digo, "Eu não posso. Eu não posso ficar com você e eu não posso ficar com ele. Eu não posso", e você me agarra e empurra-me contra a parede. Você está me empurrando e eu estou tentando argumentar. Naquele momento, olhando em seus olhos e ter o nosso DP [operador de câmera] em cima da cama para tentar capturar isso, e toda a energia que tivemos, foi um dos momentos que, mudaram minha vida. Lembro-me de sua paixão, eu lembro dos seus olhos, e eu me lembro como estávamos, com o DP.

MOURA: Sim, essa foi uma cena muito, muito bonita. Eu sentia o mesmo sobre ela. “Cidade Baixa” é um dos filmes favoritos que eu fiz. Acabamos indo para o Festival de Cinema de Cannes, com isso, o que foi legal também. Lembra quando fomos convidados a andar no tapete vermelho de um filme que eu não me lembro o nome mais, por razões que: eu explico agora? [Braga ri]. Foi um filme com Bill Murray ou algo assim. Estávamos tão elegantes. Eu tinha um smoking e você estava tão bonita e as pessoas estavam tirando fotos de nós, mesmo que eles não tivessem a menor ideia de quem diabos erámos. Eu estava tipo, "Alice, eles estão tirando fotos de nós. Olha!" Nós caminhamos pelo tapete vermelho e quando chegamos à entrada do teatro, um cara - um guarda ou publicitário - mostrou o nosso caminho para fora do teatro. Nós estávamos rindo muito, rindo tão alto, como: "O que está acontecendo?"

BRAGA: Essa foi a primeira vez que andamos em um tapete vermelho, pelo menos para mim, tão grande.

MOURA: Oh sim, definitivamente. Um monte de estrelas de Hollywood estavam lá. Cidade Baixa, como Cidade de Deus, foi uma das grandes coisas no festival de cinema.

BRAGA: Eu amo essa história.

MOURA: Então, aqui estamos agora, no negócio de cocaína. Isso é onde acabamos. Deixe-me perguntar-lhe algo a respeito de “Queen Of The South”. Primeiro de tudo, eu quero saber como foi, porque nós não falamos sobre o fato de que nós dois estamos interpretando traficantes de drogas ao mesmo tempo.

BRAGA: E que somos chefes!

MOURA: Sim, nós somos os chefes da coisa toda. Como você se preparou para interpretar um personagem como esse? Qual foi a primeira coisa que você pensou: "Isto é o que eu tenho que fazer agora."?

BRAGA: Ele é baseado em um romance de Arturo Pérez-Reverte, este maravilhoso escritor espanhol. Eu li o livro, há oito anos. Uma grande amiga minha me deu o livro, e ela disse: "Você precisa ler este livro porque é uma história forte e bela, sobre esta mulher. Talvez ela seja um bom personagem para você interpretar, mas apenas leia". Os anos se passaram e eles fizeram a versão da telenovela em espanhol, e eu estava feliz que eles fizeram isso, porque eu sempre pensei que era uma personagem tão bela para uma mulher interpretar. Quando me chamaram, eu não podia acreditar que, oito anos depois de ter lido o livro e adorado a personagem, eles vieram a mim. Foi muito especial. Foi engraçado porque “Blindness” [Ensaio sobre a cegueira, no Brasil] que é baseado no livro de José Saramago, foi também um livro que eu amava, por isso, quando eles me convidaram foi o mesmo sentimento. Para “Queen Of The South”, o meu principal [motivo] para me inscrever era o personagem e o livro, porque era uma jornada que eu realmente queria interpretar. Então, logo depois que eu fui escalada, fui direto para o livro e fiz anotações, conseguindo todos os pequenos detalhes sobre o que as pessoas dizem sobre ela, quem ela é, que tipo de mulher que ela é no mundo que ela nasceu, como ela consegue sobreviver - tudo isso. Apenas tentando honrar o livro e ter uma melhor compreensão do mesmo. Eu tenho um professor de atuação que me ajuda. Ele trabalha comigo na preparação – lendo as falas, tendo ideias e desenvolvendo diferentes formas de abordar os personagens.

MOURA: E você, basicamente, trabalhou sob o livro. O livro foi a sua principal fonte.

BRAGA: Sim. Eles decidiram depois mudar o curso da história. Eles têm a inspiração do livro - esta personagem Teresa Mendoza, que vai de ser a namorada de um traficante de drogas a fugir [para salvar] sua vida. Ela escapa do cartel de Sinoloa, no México. No livro, ela vai para a Espanha, e na série ela vai para os EUA, porque os roteiristas decidiram mudar a jornada da personagem, eu sentei com eles e disse: "O personagem que eu quero interpretar é o personagem que está no livro. Essa é a minha paixão. Então eu vou me basear em como ela iria responder a estas novas coisas que vocês estão criando, nas pequenas notas e detalhes que Arturo Pérez-Reverte escreveu”. Eu realmente fui para o livro todo o tempo para obter pequenos detalhes que eu amo sobre ela, como ela nunca se vitimiza, ela é alguém que escuta mais do que fala, que observa muito e tem uma bela força interior. Ela poderia ter morrido; qualquer coisa poderia ter acontecido ao longo de toda sua vida. Ela foi abusada sexualmente. Ela vem de circunstâncias muito pobres. Esses pequenos detalhes de sua vida. Eu tentei honrar. O que quer que eles escreveram, a minha principal fonte de preparação foi o livro.

MOURA: Então ela é mexicana, mas tudo é falado em inglês?

BRAGA: Eles decidiram fazer toda a série em inglês para o público americano.

MOURA: Você tentou um sotaque mexicano?

BRAGA: Eu queria. Falo espanhol com sotaque mexicano em algumas cenas. Eu queria mudar meu sotaque a um inglês com sotaque mais mexicano, mas eles começaram a neutralizar todos, em vez de engrossar o sotaque. Eles queriam que fosse fácil para as pessoas entenderem. Essa foi uma escolha que eles fizeram e eu fui junto.

MOURA: Ainda é difícil para você trabalhar em outro idioma que não seja português? Acho que agora, você trabalhou mais em inglês do que em português.

BRAGA: Ainda é um desafio. Eu nunca pensei sobre isso, mas eu acho que é verdade, já fiz mais trabalho em inglês do que em português. Porque eu sou tão próxima de minha família e amigos e eu sempre falo português, meu coração e minha mente vai para o português. Uma vez que eu estava no set, depois de três ou quatro meses fazendo a série trabalhando duro todos os dias e só falando inglês, tornou-se mais fácil. Sua mentalidade está lá e você está sonhando em inglês e você está se concentrando nessa língua. Mas é difícil, de certa maneira, você está traduzindo de um lado para o outro. Como é isso para você?

MOURA: É um pesadelo. Inglês ou Espanhol, a qualquer hora que eu faço algo que não é português, meu cérebro está colocando muito esforço. É como: parte de seu cérebro está lá fazendo o personagem e a conexão com as emoções do personagem, e a outra parte do cérebro é como, 'Será que estou pronunciando bem? Isso está correto? "

BRAGA: [Risos]. Eu passo pela mesma coisa. Se você quiser improvisar ou apenas colocar o seu coração, é realmente difícil trazer essa intensidade.

MOURA: Minhas emoções primordiais saem da minha boca em português. Mas deixe-me te perguntar, fazendo “Queen Of The South”, a sua perspectiva sobre o comércio de drogas mudou? Você acha que as drogas devem ser legalizadas?

BRAGA: Na série, a principal jornada é sobre essa personagem e não a cocaína. Na primeira temporada, nós estamos mostrando o caminho para chegar lá - a relação do personagem com a cocaína é através de seu namorado e por esta mulher que contrata ela. No outro dia eu estava conversando com um jornalista e eles me perguntaram sobre "Narcos", e o que eu acho que é brilhante é que Narcos não só é baseado em uma história verdadeira, mas segue o caminho da cocaína. Segue toda a explosão de cocaína no mundo, e é realmente contar a história deste produto, esta droga. “Queen Of The South” é diferente porque o foco não é sobre a droga; É sobre este personagem. Mas temos [que encontrar], a balança de, "É entretenimento, mas a cocaína não pode ser uma parte divertida disso ou algo que idealizamos relacionada com a ação, fama ou dinheiro". É sempre o ponto que eu estou tentando discutir com os roteiristas. Se você olhar para o que está acontecendo, especialmente que, eu interpreto uma mexicana e nós estamos falando sobre o mundo mexicano que está além do devastador. A situação com os cartéis e o que estão fazendo para a comunidade, para as cidades, para todo o país, é de partir o coração. Glamourizar isso, é uma maneira totalmente errada de seguir.

MOURA: Como você disse, “Narcos” é muito sobre o nascimento do comércio de drogas, e quanto mais eu entendo sobre isso, mais eu tenho certeza que a "guerra às drogas" é um grande fracasso. Eu definitivamente acho que as drogas deveriam ser legalizadas, porque, como você disse, as pessoas que estão realmente morrendo nessa guerra são pessoas que vivem nos bairros pobres dos países que exportam ou produzem drogas. Eu acho que o vício é um grande negócio, e deve ser tratado como um problema de saúde, não um problema de polícia. A guerra está matando mais as pessoas viciadas. Eu sempre pensei que as drogas devem ser legalizadas, mas agora, fazendo Narcos, estou 100 por cento certo sobre isso.

BRAGA: Exatamente, eu concordo. Em todo o mundo, todas as relações com as drogas vêm da violência de tentar parar isso ou de tentar contrabandear. O que está acontecendo na fronteira dos Estados Unidos e do México é de partir o coração.

MOURA: É brutal.

BRAGA: Você já viu o documentário “Cartel Land”?

MOURA: Eu vi na semana passada. Sobre esse doutor [José Manuel Mireles] que criou uma milícia? Que personagem.

BRAGA: É uma loucura. É um filme maravilhoso por causa disso.

MOURA: É uma história tão triste. Em nossos países, os países da América do Sul, o tráfico de drogas traz violência para...

BRAGA: ... As favelas.

MOURA: A um nível que está além da compreensão. Eu acho que a melhor maneira de parar isso é tendo o governo controlando as drogas. Mas eu quero te perguntar um pouco sobre o Brasil também. Como é sua relação com o Brasil agora? Eu sei que você gosta de estar lá e adora trabalhar lá, mas como você equilibra o trabalho nos EUA e trabalhar no Brasil? Como você vê a indústria cinematográfica brasileira agora, e como você acha que eles te veem? Quer dizer, eu posso responder a essa última para você.

BRAGA: [Risos] Posso te perguntar? Porque eu não sei, na verdade.

MOURA: Eles te amam, e os brasileiros têm uma compreensão muito precisa de quem você é. Eles a veem como uma grande atriz, que você é, e um grande ser humano, que você também é. Eles estão muito orgulhosos de você e de todos os filmes que você está fazendo no exterior. Como você vê a indústria no Brasil?

BRAGA: Bem, obrigado por tudo o que você acabou de dizer. Eu te amo.

MOURA: Não é minha opinião. É dos brasileiros. [Risos]

BRAGA: [Risos] que pessoas calorosas. Acabei por ter essas portas abrindo-se para mim quando eu era muito jovem para trabalhar fora, o que foi maravilhoso. Eu apenas me joguei nisso pela curiosidade, através de um desejo de conhecer novas pessoas e me desafiar com diferentes possibilidades, e acabei trabalhando muito aqui. Mas o Brasil é de onde eu vim; sou 100 por cento brasileira, eu tenho a minha casa em São Paulo e eu realmente acredito no nosso cinema e no talento que temos. Acho que temos uma indústria cinematográfica maravilhosa.

MOURA: Você tem uma empresa de produção no Brasil, certo?

BRAGA: Sim! Exatamente. Eu tenho uma empresa de produção [Los Bragas] com Felipe Braga.

MOURA: Agora o meu melhor amigo, graças a você.

BRAGA: Eu levo o crédito! Para aqueles que estão ouvindo, eu apresentei vocês e agora ele está escrevendo seu primeiro longa. Meu outro irmão. Mas porque eu tenho trabalhado [nos EUA] um monte, um monte de gente assume que eu não trabalharei mais no Brasil. Nos últimos anos, nos últimos dois anos, especialmente, eu encontrei dificuldades e falam ao nosso agente no Brasil para me encontrar. Ela diz: "Você está sempre viajando, por isso algumas pessoas pensam que não podem te alcançar." Estou realmente tentando mudar isso. No Brasil eles dizem: "Oh, ela é uma atriz internacional", e honestamente eu não sou internacional; Eu sou uma atriz que trabalha no exterior. Eu realmente quero ter a chance de trabalhar com os diretores [brasileiros] que admiro e amo. Há tantos bons diretores fazendo um trabalho incrível lá. Eu não só quero fazê-lo, quero apoiá-lo, até mesmo produzindo para apoiar a nossa indústria. O Brasil é de onde eu vim e para onde eu quero voltar sempre, por isso espero que eles me deem mais empregos.

MOURA: Eles vão. O Brasil está em um momento tão horrível agora. Mas isso vai passar.

BRAGA: Vai. A coisa boa é que não estamos quietos. Essa é a coisa mais importante.

MOURA: Há uma grande quantidade de pessoas que estão denunciando o que está acontecendo agora, e é bom que as pessoas saibam que é uma ruptura horrível com a democracia. Mas isso é um assunto tão triste - vamos mudá-lo. Vamos falar um pouco sobre Elysium. Então, de repente nos encontramos vivendo no mesmo edifício e trabalhando juntos em Vancouver.

BRAGA: Quais são as chances? [Risos]

MOURA: Eu tenho três memórias muito fortes sobre isso. Número um é o dia em que eu pensei que eu ia morrer e você literalmente me salvou em um hospital de Vancouver. Sempre que eu falo sobre você, minha mãe chora. Você se tornou uma santa para ela.

BRAGA: Eu adoro ela. Eu me lembro daquele dia muito claramente. Lembro-me de ser um dia de folga e de relaxar. Eu estava indo jantar com o meu empresário que estava na cidade e então você me ligou dizendo: "Ei, o que você está fazendo?" "Eu: apenas indo beber e jantar, se você quiser se juntar a nós." "Não, está tudo bem. Eu estou indo para o hospital." E então eu encontrei você e fomos para o hospital. Você teve uma febre horrível que ninguém conseguia descobrir.

MOURA: Eu tive pneumonia e eu estava prestes a morrer. Foi horrível. Você é a pessoa que cuidou de mim.

BRAGA: Ah, mas eu te amo. Eu estava com medo, porque ninguém da produção ... [risos]

MOURA: Eu espero que eles leiam esta entrevista. Eu não vou dizer nomes, mas eu chamei a produção, era 23:00, e eu era como, "Eu estou morrendo, você pode, por favor, me levar ao médico?" Eles enviaram um motorista para me pegar e o motorista me levou ao hospital, mas não para dentro do hospital. Ele abriu a porta e disse: "Boa sorte." Estava nevando e eu andei e me lembro de pensar: "Eu não sei se eu vou sobreviver a esta caminhada para o hospital," então eu liguei para você. Você salvou minha vida. Você comprou comida para mim. Minha mãe te ama. Eu te amo.

BRAGA: Você é meu irmão. Você mora no meu coração. Eu tive de fazer isto. E nós estávamos vivendo no fim do mundo, de qualquer maneira com Elysium.

MOURA: A outra memória forte que eu tenho é o dia que nós dirigimos um longo caminho para uma praia fora de Vancouver, e choveu durante cinco dias.

BRAGA: [Risos] E eles eram os únicos dias que tivemos de folga.

MOURA: Nós tivemos cinco dias de folga e estávamos felizes. Alugamos um carro e eu cheguei a conhecê-la um pouco melhor, porque falamos muito.

BRAGA: Eu sempre falo muito. Mas eu me lembro de você tentando me contar uma história e eu ficava interrompendo você e você nunca terminou a história. Você lembra disto?

MOURA: Foi um poema que eu gravei com a minha banda. Eu queria dizer o poema e você me interrompeu, como, por seis vezes e eu: "Você quer ouvir isso ou não"? [Risos]

BRAGA: Quando terminarmos esta entrevista, eu preciso ouvir o poema.

MOURA: É bonito, mas você nunca vai saber porque é tarde demais. Eu nunca vou dizer o poema para você. O terceiro não é uma memória, porque eu realmente não me lembro o que aconteceu. Nós saímos, nós deveríamos ter ido jantar, mas em vez de comer, tivemos três garrafas de vinho e eu não me lembro como voltamos para o prédio.

BRAGA: Eu te levei lá para comer o cheesecake.

MOURA: Nós não comemos nada!

BRAGA: [Risos] E no dia seguinte, eu fui caminhar.

MOURA: E eu fiquei como uma cobra no meu quarto "Ughhhhh". Morrendo.

BRAGA: Eu só lembro de um flashback, nós chegamos no hotel e você percebeu que tinha perdido seus óculos, por isso tivemos de percorrer todo o caminho de volta, mas era difícil de andar. Isso é o que eu me lembro sobre essa noite.

MOURA: As pessoas no restaurante, eles estavam tão bravos com a gente. Eu não sei o que nós fizemos exatamente, mas eles não estavam satisfeitos com a gente. Quem são seus artistas favoritos? Quem são seus ídolos que você gostaria de trabalhar com ou que você iria desmaiar se você se encontrasse em algum momento?

BRAGA: É ridículo, porque cada vez que alguém me pergunta: "Trabalhar com quem mudou você?" e você é o primeiro na minha lista por causa de “Cidade Baixa”. As pessoas que me inspiraram em minha jornada, Diego Luna foi especial, porque foi o primeiro filme que fiz no exterior e ele era um ator tão forte no sentido de ser jovem, mas com tanto conhecimento, porque ele é um ator desde que ele era uma criança.

MOURA: Eu me lembro que tinha um monte de diversão com Diego em Vancouver também.

BRAGA: E lembre-se que você não falava espanhol. Toda vez que eu falo com alguém e eles amam seu Pablo [Escobar], eu continuo lembrando: "Ele não falava espanhol!" Você ficava imitando eu e o Diego naquele restaurante japonês.

MOURA: Em algum ponto Diego disse: "Cara, apenas fale português, por favor, não tente falar espanhol.". Havia este filme que você fez. Eu não vou dizer qual, mas você sabe. Você tem uma cena muito bonita, no final, e você não diz nada, você está apenas andando. [Braga ri] E eu perguntei-lhe: "O que você estava pensando quando você fez aquela cena?" E você disse: "Eu estava pensando sobre as coisas que eu tinha que fazer e onde eu ia passar o Ano Novo." Eu penso sobre essa resposta cada vez que eu estou fazendo uma cena e não estou realmente pensando sobre isso e isso me faz gargalhar. Você era como, "Você sabe, praia no Brasil. Eu não posso esquecer o protetor solar." Então, minha pergunta final é: onde você vai passar o Ano Novo?

BRAGA: Eu estava pensando ou na Bahia ou na Costa Rica.

MOURA: Vamos para a Bahia.