segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Critica: Kill me three times


Há um tempo já, venho pensado em fazer críticas/reviews de filmes da Alice e postar no blog mensalmente, mantendo em vista que meu entendimento sobre cinema é só de admiradora resolvi dar início a tarefa! Começo, pelo filme mais recente que assisti dela: Kill me Three Times (que poderia ser traduzido como Mate-me três vezes), e que está disponível no Brasil apenas on demand.
                 

Sinopse:

 O filme se passa na cidade litorânea de Eagle’s Nest, Austrália, e acompanha uma mulher (Alice Braga) que serve de conexão para três histórias de assassinato, chantagem e vingança. Enquanto isso, Charlie Wolfe (Simon Pegg) é um assassino que é contratado para matá-la.

Ficha Técnica:

Título Original: Kill Me Three Times

Ano de Lançamento: 2015

Gênero Ação / Suspense

País de Origem EUA / Austrália

Tempo de Duração: 90 minutos

Direção Kriv Stenders

Elenco:

Teresa Palmer … Lucy Webb

Simon Pegg … Charlie Wolfe

Alice Braga … Alice Taylor

Luke Hemsworth … Dylan Smith

Sullivan Stapleton … Nathan Webb

Kill me Three Times é um daqueles filmes que vão e voltam ao redor de uma mesma história para mostra-la a partir de perspectivas diferentes. O que significa que por volta dos 30 minutos do filme você basicamente já tem a história – quase – resolvida. Pode ser um problema? Sim. Pode dar vontade de desistir do filme? Também. Se você não gosta desse tipo de filme, são grandes as chances de que por volta de meia hora de reprodução você pense em desistir, mas caso você assista de mente aberta, ou [como eu] goste dessa forma de contar histórias então o filme pode ser um trunfo, já que (se você está acostumado a assistir esse gênero de filme já deve saber) a “resolução” da sinopse original, não significa que a história acabou (vide Ponto de vista [2008], e de certa forma Deja vu [2006])

Eu, particularmente, adoro esses filmes especialmente quando a história é bem amarrada e as idas e voltas do filme ficam redondinhas... o que [sendo bem honesta] não é exatamente o caso aqui. A história é, sim, razoavelmente bem amarrada, mas não surpreende muito; nada que estrague totalmente o filme, mas algo que tira um pouco a graça do mesmo.

Dito isso é importante manter em vista que Kill me Three Times é um thriller de ação, com um toque de comédia e que não quer ser nada mais além de um thriller de ação, com um toque de comédia. O que eu aplaudo de pé! Sério, tem coisa mais irritante do que filme que quer ser mais relevante e dramático do que o seu roteiro diz que ele é? Assim o filme se mantem como uma dessas obras divertidas e levemente confusas, com um humor seco, negro e (violento) que você vai vendo, vai vendo e quando se liga já tá vidrado pra ver como a bagaça toda vai se resolver... torcendo pelos (e principalmente) contra alguns personagens, num feeling bem filme de ação dos anos 80.

Essa torcida se dá principalmente por conta da atuação dos atores. Eu destacaria o personagem do Simon Pegg, de longe o mais engraçado, maluco, malvado, e bem feito da história. Confesso que não liguei o nome à pessoa e só quando vi o trailer de Missão Impossível 05 saquei que ele é o nerd de estimação do Tom Cruise: o personagem responsável pelas piadinhas da franquia, mas isso acabou sendo ótimo pra mim porque sem grandes referências do trabalho do Simon totalmente acreditei na versão badass dele que interpreta um executor meio casca dura, meio figura engraçada. Outra surpresa pra mim foi Teresa Palmer. Essa foi o contrário, já conhecia o trabalho dela em “Eu sou o número 04” e “Aprendiz de Feiticeiro”, dois filmes bem marromeno onde ela fazia quase que a mesma coisa, aquilo que os americanos chamam de Girl next door, então foi ótimo ver a personagem dela como essa malvada, meio neurótica, com um marido bem babaquinha. Callan Mulvey e Luke Hemsworth pra mim nem fedem, nem cheiram no filme sendo que o segundo parece ter o mesmo problema que os irmãos: eles devem ser muito gente fina, sério mesmo, mas ficam devendo no quesito expressividade.
                    

Sobre o personagem da Alice – Eu sou super suspeita pra falar, mas vou tentar manter a imparcialidade apresentando pontos positivos e negativos – primeiro gostei que o papel dela é o que norteia a história (é ela que todo mundo quer matar no filme), mas por todas idas e vindas esperei que a personagem fosse sendo aprofundada, e não foi o que aconteceu. Claro que filmes assim não se propõem a isso, mas eu esperava ver mais nuances da personagem, já que ela é tão importante na história. O que eu mais gosto da atuação da Alice é que ela é sutil, meio delicada, sem grandes cenas de choro, centena de pseudo-emoções, e acho que podiam ter utilizado disso pra construir uma personagem mais ambígua [lembro de ver algumas entrevistas onde ela falava que haviam diferentes cortes do filme onde sua personagem era mais 'má', provavelmente no processo de edição a personagem acabou perdendo essas características].
                     
O grande destaque, no filme, entretanto é mesmo a edição e não poderia ser diferente pois esse é o norteador do filme: as idas e vindas (três, é claro, no total) são a alma da história e o fio condutor da obra; a ideia é que assim como uma peça de quebra cabeça a partir das três ‘mortes’ nós vamos entendendo – e nos envolvendo – melhor na história. Assim uma cena pode ter diferentes sentidos e partir de lugares diferentes como, por exemplo, essa abaixo:
                      
Eu, particularmente, não conhecia o trabalho do diretor, mas achei ele competente, fez o que se propôs a fazer e gerou um produto se não brilhante ao menos coeso -  Kill me Three Times é um filme interessante, executado de forma correta e sem grandes pretensões: cinema pipoca delicinha, para assistir uma, duas e até três vezes.

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