terça-feira, 21 de outubro de 2014

Vladimir Brichta fala sobre 'Todos os homens num só'

O  ator Vladimir Brichta falou sobre o filme 'Muitos Homens num só' em que contracena com Alice, que está em exibição na mostra de SP. Confira as partes onde ele fala sobre o filme e cita Alice para o G1. 


Quis trazer 'algo de pop' para filme de época, afirma Vladimir Brichta
Na Mostra de SP, ator divulga thriller policial 'Muitos homens num só'.
Ele diz que se baseou no Leonardo DiCaprio de 'Prenda-me se for capaz'.

Ao lançar seu primeiro filme de época, Vladimir Brichta conta que o mais difícil foi fazer seu personagem instigante para os que não são vidrados em História. "Não queria um filme que agradasse a minha irmã, que é historiadora, mas que agradasse ao grande público", diz ao G1. Exibido no Cine PE, em Recife, "Muitos homens num só" tem sua última sessão na Mostra de Internacional de Cinema de SP nesta terça (21). Ainda não há data de estreia.
No primeiro longa de ficção da diretora Mini Kerti, Vladimir interpreta Artur Antunes Maciel, ladrão do início do século 20 que é inspirado em personagens de vários livros de João do Rio, em especial o romance "Memórias de um rato de hotel" (1912).
Gaúcho, de família rica, Artur hospedava-se com nomes falsos nos hotéis do Rio para roubar. Fingindo-se como doutor Antonio, ele vive um romance com Eva (Alice Braga), desenhista casada com Jorge (Pedro Brício), um homem ambicioso e pouco atento aos interesses de sua mulher. Félix Pacheco (Caio Blat), diretor do Gabinete de Identificação, decide pôr um fim ao reinado do "rato de hotel".
 Vladimir Brichta e Alice Braga em 'Muitos homens num só' (Foto: Divulgação)
G1 - Você já tinha feito algum trabalho dramático de época antes? O que foi mais desafiador neste filme?
Vladimir Brichta - Nunca tinha feito drama de época com esse rigor que o filme foi feito e que o cinema pede. Conversando com a Mini [Kerti] e com a Alice [Braga] no set, eu repetia que não queria fazer um filme que agradasse a minha irmã, que é historiadora, mas que agradasse ao grande público. Não queria que fosse um filme que ficasse tão fiel à época que acabasse sendo um retrato histórico. Achava que podia ter algo de pop, de popular mesmo, de flertar com uma linguagem que tem o romance, a história de amor, perseguição, thriller policial. O filme tem uma direção de arte muito bonita e bem executada. É um filme de orçamento baixo e conseguiu um resultado muito impressionante. A fotografia ajudou muito nisso.
O próprio Rio de Janeiro é um cenário. Tudo isso ajudou a entrar nessa atmosfera. A parte mais difícil para mim foi fazê-lo crível, pertencente àquela época, mas instigante para o público de hoje. Não temos registro das pessoas sendo filmadas conversando no meio da rua de forma espontânea. Temos a literatura do início do século passado, mas eu não queria endurecer a fala desse indivíduo. O cara era um ladrão, andava pelas ruas, se envolvia com prostitutas, ele não era tão formal assim. De resto, contracenar com a Alice e contar uma história foi muito agradável. A Mini é uma diretora que, além de muito talentosa, tem um domínio do set muito bom. Ela sabia a história que há muitos anos já tentava fazer. Ela tinha calma para lidar com o pouco tempo que a gente tinha. Filmamos em um mês.
 Alice Braga, Vladimir Brichta e Pedro Brício em 'Muitos homens num só' (Foto: Divulgação)
G1 - Como surgiu o convite? O que te atraiu a fazer o papel?
Vladimir Brichta - A ideia de fazer um drama de época era instigante. A ideia de trabalhar com a Mini na sua primeira ficção também. Eu já participei do primeiro longa de alguém outras três vezes e isso tem algo de muito legal porque envolve uma paixão e um desejo contido de longa data dos diretores. Tem algo bastante autoral no primeiro trabalho. O fato de trabalhar com a Alice [Braga], que é uma atriz que eu admirava e temos muitos amigos em comum. E o roteiro obviamente. Quando li esse universo fantasioso do João do Rio, que eu conhecia pouco, me interessei muito. Tive que entrar em contato com o Rio de Janeiro de um século atrás. Fiz uma ressonância do roteiro e os filmes a que eu assisti e que me inspiraram foram "O talentoso Ripley" [1999, com Matt Damon] e "Prenda-me se for capaz" [2002, com Leonardo DiCaprio].
G1 - O filme foi exibido em Recife e levou vários prêmios, incluindo o seu de melhor ator. Como você vê o papel dos festivais de cinema no Brasil? Levar prêmios realmente ajuda a dar visibilidade aos filmes?
Vladimir Brichta - Os festivais são uma forma do filme passar por algum tipo de critério e começar a ser visto. Mas o público de festival é um pouco diferente no sentido de ser mais crítica. Hoje a gente vive uma efervescência de festivais no mundo afora que dão visibilidade. E no meio de tantos festivais, claro que alguns dão mais destaque e têm mais peso. Num cenário nacional, certamente o de Pernambuco é um dos mais representativos. Em Recife também tem o Janela [Internacional de Cinema]. Ter passado pelo Cine PE e ter sido tão bem recebido é um incentivo muito importante, além da alegria e do reconhecimento, para um filme de médio porte. A gente vive hoje no Brasil uma ausência dos filmes médios, que fazem um bom público, mas que não chega a 1 milhão. O mercado está muito pautado nas comédias que fazem alguns milhões de espectadores e que certamente são um benefício e uma conquista para o cinema nacional. Mas esses filmes têm que puxar uma fila para os filmes médios e pequenos. Por isso eu sou uma pessoa empolgada com os festivais.

Confira a entrevista completa aqui: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2014/10/quis-trazer-algo-de-pop-para-filme-de-epoca-afirma-vladimir-brichta.html

Fonte: Adaptado do G1

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