O ator Vladimir Brichta falou sobre o filme 'Muitos Homens num só' em que contracena com Alice, que está em exibição na mostra de SP. Confira as partes onde ele fala sobre o filme e cita Alice para o G1.
Quis trazer 'algo de pop'
para filme de época, afirma Vladimir Brichta
Na Mostra de SP, ator
divulga thriller policial 'Muitos homens num só'.
Ele diz que se baseou no
Leonardo DiCaprio de 'Prenda-me se for capaz'.
Ao lançar seu primeiro
filme de época, Vladimir Brichta conta que o mais difícil foi fazer seu
personagem instigante para os que não são vidrados em História. "Não
queria um filme que agradasse a minha irmã, que é historiadora, mas que
agradasse ao grande público", diz ao G1. Exibido no Cine PE, em Recife,
"Muitos homens num só" tem sua última sessão na Mostra de
Internacional de Cinema de SP nesta terça (21). Ainda não há data de estreia.
No primeiro longa de
ficção da diretora Mini Kerti, Vladimir interpreta Artur Antunes Maciel, ladrão
do início do século 20 que é inspirado em personagens de vários livros de João
do Rio, em especial o romance "Memórias de um rato de hotel" (1912).
Gaúcho, de família rica,
Artur hospedava-se com nomes falsos nos hotéis do Rio para roubar. Fingindo-se
como doutor Antonio, ele vive um romance com Eva (Alice Braga), desenhista
casada com Jorge (Pedro Brício), um homem ambicioso e pouco atento aos
interesses de sua mulher. Félix Pacheco (Caio Blat), diretor do Gabinete de
Identificação, decide pôr um fim ao reinado do "rato de hotel".
Vladimir Brichta e Alice Braga em 'Muitos
homens num só' (Foto: Divulgação)
G1 - Você já tinha feito
algum trabalho dramático de época antes? O que foi mais desafiador neste filme?
Vladimir Brichta - Nunca
tinha feito drama de época com esse rigor que o filme foi feito e que o cinema
pede. Conversando com a Mini [Kerti] e com a Alice [Braga] no set, eu repetia
que não queria fazer um filme que agradasse a minha irmã, que é historiadora,
mas que agradasse ao grande público. Não queria que fosse um filme que ficasse
tão fiel à época que acabasse sendo um retrato histórico. Achava que podia ter
algo de pop, de popular mesmo, de flertar com uma linguagem que tem o romance,
a história de amor, perseguição, thriller policial. O filme tem uma direção de
arte muito bonita e bem executada. É um filme de orçamento baixo e conseguiu um
resultado muito impressionante. A fotografia ajudou muito nisso.
O próprio Rio de Janeiro
é um cenário. Tudo isso ajudou a entrar nessa atmosfera. A parte mais difícil
para mim foi fazê-lo crível, pertencente àquela época, mas instigante para o
público de hoje. Não temos registro das pessoas sendo filmadas conversando no
meio da rua de forma espontânea. Temos a literatura do início do século
passado, mas eu não queria endurecer a fala desse indivíduo. O cara era um
ladrão, andava pelas ruas, se envolvia com prostitutas, ele não era tão formal
assim. De resto, contracenar com a Alice e contar uma história foi muito
agradável. A Mini é uma diretora que, além de muito talentosa, tem um domínio
do set muito bom. Ela sabia a história que há muitos anos já tentava fazer. Ela
tinha calma para lidar com o pouco tempo que a gente tinha. Filmamos em um mês.
Alice Braga, Vladimir Brichta e Pedro Brício
em 'Muitos homens num só' (Foto: Divulgação)
G1 - Como surgiu o
convite? O que te atraiu a fazer o papel?
Vladimir Brichta - A
ideia de fazer um drama de época era instigante. A ideia de trabalhar com a
Mini na sua primeira ficção também. Eu já participei do primeiro longa de
alguém outras três vezes e isso tem algo de muito legal porque envolve uma
paixão e um desejo contido de longa data dos diretores. Tem algo bastante
autoral no primeiro trabalho. O fato de trabalhar com a Alice [Braga], que é
uma atriz que eu admirava e temos muitos amigos em comum. E o roteiro
obviamente. Quando li esse universo fantasioso do João do Rio, que eu conhecia
pouco, me interessei muito. Tive que entrar em contato com o Rio de Janeiro de
um século atrás. Fiz uma ressonância do roteiro e os filmes a que eu assisti e
que me inspiraram foram "O talentoso Ripley" [1999, com Matt Damon] e
"Prenda-me se for capaz" [2002, com Leonardo DiCaprio].
G1 - O filme foi exibido
em Recife e levou vários prêmios, incluindo o seu de melhor ator. Como você vê
o papel dos festivais de cinema no Brasil? Levar prêmios realmente ajuda a dar
visibilidade aos filmes?
Vladimir Brichta - Os
festivais são uma forma do filme passar por algum tipo de critério e começar a
ser visto. Mas o público de festival é um pouco diferente no sentido de ser
mais crítica. Hoje a gente vive uma efervescência de festivais no mundo afora
que dão visibilidade. E no meio de tantos festivais, claro que alguns dão mais
destaque e têm mais peso. Num cenário nacional, certamente o de Pernambuco é um
dos mais representativos. Em Recife também tem o Janela [Internacional de
Cinema]. Ter passado pelo Cine PE e ter sido tão bem recebido é um incentivo
muito importante, além da alegria e do reconhecimento, para um filme de médio
porte. A gente vive hoje no Brasil uma ausência dos filmes médios, que fazem um
bom público, mas que não chega a 1 milhão. O mercado está muito pautado nas
comédias que fazem alguns milhões de espectadores e que certamente são um
benefício e uma conquista para o cinema nacional. Mas esses filmes têm que
puxar uma fila para os filmes médios e pequenos. Por isso eu sou uma pessoa
empolgada com os festivais.
Confira a entrevista completa aqui: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2014/10/quis-trazer-algo-de-pop-para-filme-de-epoca-afirma-vladimir-brichta.html
Fonte: Adaptado do G1
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